terça-feira, 23 de março de 2010

Curiosidade: Alfabetização Matemática



Quando falamos em alfabetização, pensamos na aprendizagem da língua materna. Conhecendo as letras e as relações possíveis entre elas, através de sua sonoridade, a leitura e a escrita vão se constituindo. Nesta apropriação, nós nos tornamos leitores e escritores.

A alfabetização, no entanto não pode ocupar tão somente o campo das letras. É preciso alfabetizar numericamente as pessoas. Desde pequenas, as crianças mergulham no mundo dos números, muitas vezes sem compreendê-lo. É comum a repetição de seqüências numéricas sem o estabelecimento de relações entre quantidades e símbolos. Quantos de nós, adultos, não temos controle sobre situações do dia-a-dia como juros de cheque especial, compras a prazo com taxas, entre outras, pela falta de habilidade com os números? Nossa alfabetização numérica passa pela alfabetização financeira num mundo capitalista e globalizado.

A aprendizagem matemática, é, portanto, um elemento importante na construção da cidadania. Cabe à escola a função de alfabetizar numericamente as crianças. O que seria esta alfabetização? Inseridos num mundo cercado de números, o que o professor pode fazer pela criança, para que esta possa agir conscientemente sobre ele?

A construção da idéia de número abordada por Kamii (1995, p. 13) mostra que “o número é construído por cada criança a partir de todos os tipos de relações que ela cria entre os objetos”. Neste sentido, a idéia de número é uma construção interna do sujeito. Esta construção acontece nas inúmeras relações que ele estabelece na sua leitura de mundo. Quanto mais diversificadas as experiências, melhores as possibilidades de compreensão desta idéia. Como as relações estabelecidas são próprias de cada sujeito, porque surgem a partir de suas experiências pregressas e as vividas no presente, podemos dizer que número é uma construção mental, portanto interna e individual do sujeito diante de uma dada realidade presente.

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